Ele Mesmo Cavou A Própria Cova

 

POV Lorena

 

“Eu já vi este lugar mil vezes, eu senti já tudo isto antes. E toda vez que você liga sempre estou esperando, mesmo quando você acaba não ligando. Eu conheço esta expressão que trago no rosto agora, eu já vi isto em meus olhos e embora eu me sinta tão bem eu ainda tenho medo que você possa ir embora a qualquer momento.”

 

Assisti Justin saindo pela janela. Era tão perceptível que seus pensamentos estavam em outro lugar. Seus olhos fixavam o nada e de repente sua atitude mudou. Antes ele estava aqui agindo como se o mundo lá fora não existisse e agora havia saído pela mesma janela que entrou como se o mundo lá fora fosse mais importante do que nossa reconciliação. Meu peito apertou. Talvez essa distância tivesse mostrado pra ele que eu não sou tão importante assim em sua vida. Afinal, quem havia ligado? Quem era capaz de fazer Justin levantar da cama com tanta rapidez quando ele estava comigo?

 

 

“Nós fizemos isso uma vez e então você fechou a porta. Não me deixe cair novamente por nada mais. Não diga que me ama se não for para sempre, não fale que você precisa de mim se você não vai ficar, não me dê esta impressão, pois eu acreditarei. Faça acontecer ou acabe logo com tudo.”

 

Meus pensamentos se confundiram em minha mente e eu sentia as lágrimas quentes querendo descer. Não, eu estava enlouquecendo. Não podia ficar cismada assim. Ele havia pedido pra que eu confiasse nela pela última vez. Havia verdade em suas palavras, eu podia sentir. Meu peito explodia em meu peito, minha mente martelava me mostrando todas as mentiras e traições, mas era como se meu coração não se importasse com mais nada além de nós dois juntos outra vez.

 

“Eu me peguei sorrindo a toa apenas pensando na sua voz. E sonhar com seu toque e tão bom. Você sabe que eu não tenho escolha.”

 

Estava em pé andando de um lado para o outro. Tinha que decidir o que fazer, apesar de na minha mente já estar claro que apenas faltava eu pegar as malas no canto do quarto e começar a arrumar minhas coisas. Levei uma mão a boca enquanto sentia a confusão tomar conta. A indecisão estava cravada na minha testa.

 

“Não diga que me ama se não for para sempre, não fale que você precisa de mim se você não vai ficar, não me dê esta impressão, pois eu acreditarei. Faça acontecer ou acabe logo com tudo.”

 

 

 

– Por que você está escolhendo sofrer, amiga? – perguntou se aproximando e me abraçando. – Me diz o que você ganha ficando assim e o que você perde deixando os erros pra trás e voltando com ele?

– Eu não tenho essas respostas, Fê e é exatamente isso que me assusta. – falei chorosa. – O que o Justin fez foi muito sério.

– Não temos as respostas do futuro, Lorena. Nosso destino é completamente oculto. Você nunca saberá se não arriscar.

– E quando eu sei se devo arriscar ou não? E se eu voltar pra ele e me arrepender? E se ele fizer coisa pior? – falei me desesperando.

Ela respirou fundo soltando o ar de forma pesada antes de fazer a pergunta que abriria minha mente.

– Você está feliz? Não? Então é a hora de arriscar.

 

“Faça acontecer ou acabe logo com tudo.”

 

As palavras da Fernanda vieram em minha mente me pondo em torpor. Sua última frase repetia vagarosamente preenchendo minhas veias de adrenalina. Num impulso, corri até as malas as jogando em cima da cama. Comecei a dobrar minhas roupas e procurar meus pertences pela casa. O sorriso brotava em meus lábios. Eu estava certa daquilo. Justin era, foi e sempre será o amor da minha vida. Nada que eu decida que seja referente a ele e a minha felicidade será uma escolha errada. Meus pequenos já estavam onde deviam estar. Só faltava eu voltar para a minha casa e sentir que tinha uma família outra vez, respirar o ar daquela casa que sempre preencheu todo o vazio e a falta que meus pais faziam.

 

POV Chaz

 

Eu não podia perder Lorena outra vez para Justin e estava tão nítido em seus olhos o quanto ela estava confusa. Sabia que aquela visita da Fernanda não faria bem a ela. Todos esses meses eu tentei convencê-la que Justin nunca foi uma opção, pelo menos não a mais sadia. Não podia deixar que todo meu esforço para manter ela longe dele fosse por água abaixo. O ódio me possuía. Apenas saí de casa deixando ela lá com seus pensamentos. Talvez ela pensasse melhor. Entrei no carro e a única coisa que eu mais almejava era encontrar o babaca do Justin e descontar todo o ódio que eu estava sentindo. Os postes fracos quase não iluminavam a estrada e eu corria tanto que podia bater em qualquer coisa que surgisse na minha frente, mas eu não estava me importando. Eu tinha que mantê-lo longe dela, nem que eu tivesse que ameaça-lo ou deixar sua cara desfigurada. Os outros podiam me chamar de louco por eu nem ao menos estar armado ou coisa do tipo, mas a única coisa que me motivava a ter coragem pra enfrentar Justin era o amor que eu sentia pela Lorena.

Parei um carro em frente ao portão o saí do carro sentindo o ódio enrijecer meus músculos. Logo um dos seguranças franziu a testa parecendo me reconhecer e se aproximou espalmando uma mão em meu peito com força.

 

– Onde você pensa que vai? – cuspiu as palavras.

– Eu quero falar com o otário que você chama de patrão. – gritei rente ao seu rosto.

 

O ódio estava fazendo com que eu me comportasse como eu estivesse bêbado, mas eu estava sóbrio. Apenas com uma preocupação imensa de perder a mulher da minha vida outra vez.

 

– Você não tem permissão pra passar daqui. – disse me empurrando.

– Ah, é? – ri pelo nariz num tom debochado. – E por que não?

– Isso você vai ter que perguntar pro patrão pessoalmente. – deu de ombros.

– E é isso que eu vou fazer. – respondi com um sorriso canto e voltei pro meu carro.

 

Dei uma ré barulhenta e segui a rua para contornar a casa. Aqueles capangas idiotas não iam deixar eu passar pela frente, mas tudo bem eu conhecia bem aquela casa. Parei o carro perto ao muro da parte de trás e três seguranças conversavam um pouco distraído em uma distância significativa. Nem me notaram ali. Saí do carro subindo no capô e dei impulso pra subir no muro. Me estabilizei e encarei os mais de 5 metros do chão, mas eu tinha que pular. Sem pensar muito, tomei impulso e cair com as mãos espalmadas no chão. Olhei imediatamente notando o lugar vazio e silencioso. Me levantei e corri até a entrada da cozinha que ficava perto da piscina. Alguns cômodos estavam acesos, mas eu apenas segui as vozes. Abri a porta calmamente e entrei na cozinha me escondendo embaixo do balcão.

 

 

As vozes vinham da sala e logo reconheci a voz fina de Pattie que nos primeiros instantes parecia falar com Alice ou Chuck. A voz do Ryan preencheu o ambiente me dando um susto. Ele também estava ali.

 

– Isso é louco. – ouvi sua voz distante, mas pude perceber o tom de preocupação. – Eu nunca ia imaginar isso.

– Muito menos eu. – Pattie falava normal agora acompanhando o mesmo tom de voz de Ryan.

 

Eu permanecia agachado ouvindo atentamente. Tinha que me certificar que Justin estava ali também.

 

– Outra filha? Sei lá, isso é loucura. Eu já fiquei meio bolado quando Lorena disse que estava grávida. Nunca imaginei que aquele mané podia ser pai, agora pai de outra? Isso é muita dodeira na minha cabeça.

 

Aquelas palavras me assustaram, mas mesmo que eu estivesse um pouco atordoado, aquilo tinha me deixado feliz. Com certeza Lorena não sabia daquilo. Sorri bobo sentindo o ódio se diluir no meu sangue e apenas a adrenalina permanecia ali.

 

– Eu não conheço muito essa Kimberly, mas se ela é a mãe da minha neta, então por mim tá tudo bem. – ouvi a voz tranquila da Pattie.

 

Kimberly? Isso era perfeito. Sorria involuntariamente. Eu nem precisava agir contra aquele otário. Ele mesmo cavou a própria cova. Então quer dizer que Kimberly pariu um bastardinho desse idiota? Lorena tinha que saber disso. Meu plano saiu melhor do que imaginava.

 

– Bom, agora é esperar que ele volte pra casa e que a menina saia do hospital.

– É, já já ela tá correndo por essa casa. Quero logo ver o rostinho dela.

 

Chega. Eu não precisava ouvir mais nada. Já havia entendido que Kimberly havia acabado de parir a criança que mal havia saído do hospital. E Lorena lá chorando feito uma idiota por causa do Justin. Sorri pelo nariz. Eu nem ia precisar mentir pra manter ela longe dele. Mais do que nunca agora eu tinha certeza que Lorena jamais voltaria pra ele e ela poderia ser minha.

Fiz todo o caminho de volta tentando manter o silêncio. Chegando perto da piscina avistei mais uma vez o muro enorme. Eu não ia conseguir subir sem ajuda de algo. Olhei em volta e vi a mesa perto da piscina. Era de plástico, não pesava muito. Podia levanta-la e coloca-la rente ao muro. Subi nela e peguei um impulso e assim que pulei a mesa tombou, mas meus braços já seguravam o muro. Terminei de subir e pulei perto do meu carro.

 

– Parado aí! Não se mova! – ouvi um dos seguranças gritando e logo corri pro meu carro.

 

Os tiros começaram, mas eu não podia parar agora. Acelerei cantando pneu e fugi dali enquanto eles entravam no carro dela. Tomei tempo até eles se preparem no carro, mas os tiros não paravam. Corri apertando mais ainda o acelerador e mudando as marchas e tomei uma distância boa. Me enfiei nas ruas que me levariam mais rápido até minha casa. Era vielas perigosas, mas eu tinha que me esconder daqueles homens. Assim que percebi que ninguém mais me seguia comecei a gritar feito louco e a vibrar.

 

– Você é um otário, Bieber! - vibrei gritando no silêncio.

 

Lorena estava prestes de saber toda a verdade.

Tópico: Ele Mesmo Cavou A Própria Cova

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Karol drew | 10/08/2014

Chaz meu amor ! *-*

loco do chaz

@shiianna | 06/07/2014

aff la vai lorena entender tudo errado e voltar a brigar com justin ...aiii meu Deus sera q esses dois nunca vao se resolver q raiva de tudo isso.

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