Razão e Coração

 

POV Lorena

 

Não! O que eu estava fazendo? Justin apertava minha cintura com força enquanto nossas bocas não se desgrudavam. Seus dedos longos ficariam marcados sobre minha pele por causa daquele aperto em minha cintura que sempre me tirava o senso, isso não era novidade. Mas não seria uma boa ideia olhar para aquilo depois que ele fosse embora. Não seria uma boa ideia me lembrar disso. Não seria inteligente, aliás, não era inteligente estar aqui completamente rendida a ele mais uma vez. Não, não estava em meus planos voltar pra casa dele. Eu não podia fazer isso. Não podia fazer isso comigo mais uma vez, não podia fazer isso com mês filhos. Não podia fazer isso com a minha vida. Já dei todas as chances para esse romance e acho que já está comprovado que a única machucada no final sou eu. Nesses meses que estou na casa do Chaz, as investidas dele em mim foram intensas e insistentes e eu simplesmente não conseguia me render porque Justin ainda rodeava meus pensamentos cada segundo do meu dia. Mas ele não. Ele conseguiu colocar outra no meu espaço, no meu lugar. Conseguiu sobreviver naquela casa sem mim. Tudo bem. Sempre souber que Kimberly nunca havia saído de seus pensamentos. Era só ela estar perto, que ele mudava completamente. Agia como se quisesse chamar atenção, como se quisesse mostrar melhor do que ele realmente é.

Suas mais largaram minha cintura indo para meus seios por debaixo da blusa. Senti seus dedos frios tocarem meus mamilos enrijecidos. Meus pensamentos podiam estar completamente contra aquilo, mas meu corpo agia involuntariamente perante o Justin. Nossas línguas se tocavam de um jeito que eu não sentia a tanto tempo. Um friozinho percorria minha barriga cada vez que sentia mais a textura de sua boca sobre a minha. Seu beijo era perfeito. Ninguém nunca poderia me beijar daquele jeito. Ninguém nunca poderia me completar em cada detalhe como ele me completava. NÃO! Uma onda de realidade bateu em meu corpo e eu afastei nossos rostos respirando alto e rápido. Estava em cima de suas pernas sobre a calça jeans e seu peito estava desnudo chamando completamente a minha atenção. Vi sua testa franzir. Ele não esperava que eu conseguisse reagir contra ele.

 

– Por favor, vá embora. – falei ofegante sem conseguir me mover.

– Não posso ir embora com você em cima das minhas pernas. – falou sacana não me levando a sério.

 

Fechei os olhos tentando compassar a respiração. Suava frio de nervoso. Como esse homem podia me deixar assim?

 

– Ei, calma. – falou colocando seus dedos entre os fios do meu cabelo atrás da minha orelha e aquilo me arrepiou. – Você quer esse momento tanto quanto eu. Pra que relutar? – perguntou de um jeito convencido.

 

Não, isso estava errado. Quando deixei ele virar o jogo assim? Me levantei tomada de força e orgulho. Aquilo não podia acontecer. Não tão fácil. Justin se apressou em levantei e segurou meus braços com força enquanto nossos lábios se encaravam. Sua testa estava enrugada como se quisesse entender meus pensamentos. Eu queria chorar, porque estava difícil relutar contra a pessoa que eu mais amo, a pessoa que mais me deixa louca. A única pessoa que consegue controlar e dominar meu corpo. Mas eu tinha que relutar. Eu tinha que mostrar para ele que nada seria tão fácil como sempre foi. Eu mudei.

 

– Justin você acha que sou idiota? – disse calma de mais para a situação. – Acha que mais uma vez vou me entregar a você? Que vou cair nesse seu jogo de sedução? Eu estou cansada. Estou cansada de quebrar a cara, estou cansada de me sentir usada. – senti minha voz fraquejar, mas limpei a garganta. – Eu não posso mais me entregar a você eu não posso passar por cima do meu orgulho desta forma, chega Justin. Eu tenho que pensar em mim, antes de amar você eu tenho que amar a mim mesma.

– Lorena...

– Eu não nasci pra ser sua. – mordi os lábios. – Você não nasceu pra ser meu. – não controlei a lagrima que desceu pelo olho esquerdo.

– Não fale bobagens. – ele disse com um sorriso morto nos lábios.

– Não são bobagens, Justin. São verdades! – falei tentando não fraquejar. - Eu achei que nós éramos pra sempre. – ele abaixou o olhar cheio de arrependimentos. – Em algum momento da nossa historia eu cheguei a acreditar que você me amava de verdade. – falei tentando me manter firme. – limpei o nariz e as lagrimas continuaram escorrendo.

– Lorena, eu te amo. – ele disse paciente fixando seus olhos mais nos meus.

– Não minta pra mim. Não minta pra você! – esbravejei.

– Lorena eu vou lutar por você até o fim. Vou lutar por nós!

– Que luta Justin? Lutar pra que? Lutar por quê? Cada caminho que eu ando me leva ao arrependimento, cada lembrança, cada história me leva ao desespero. – limpei as lagrimas sorrindo com ódio. – Eu não aguento mais, eu não quero mais.

– Não quer mais? – ele sorriu convencido. – Quer ficar com o Chaz, Lorena? – ele alterou o tom. – Quer ficar com o cara que tentou me matar? Acabar com minha vida?

– Não, eu só quero alguém que me ame de verdade. – disse nervosa no mesmo tom que ele.

– Eu não te amo de verdade?

– O amor é louco não é Justin? Você me fez feliz, você me amou, mas ao mesmo tempo você me destruiu. Ao mesmo tempo você foi o causador de toda essa dor. Ao mesmo tempo você acabou com tudo... Nosso amor virou uma coisa qualquer, chegamos a dizer que era pra sempre, mas agora é a hora de cada um seguir seu caminho.

– Não queria que fosse dessa forma. Eu só queria dizer que eu te amei, que eu te amo Lorena.

– Tarde demais. – fui fria o bastante para esconder minhas emoções.

 

Ele levantou nervoso passando as mãos no cabelo como se estivesse perdido, como se estivesse sem acreditar.

 

– Fala pra mim. – ele segurou em meus braços com força me fazendo encarar os olhos dele que me olhavam com intensidade e estavam marejados. – Fala pra mim que eu não te fiz feliz. Fala que não me ama Lorena. – não conseguia desviar o olhar, não conseguia não encarar aqueles olhos castanhos.

– Você está me machucando. – disse com a voz falha.

– Fala Lorena, fala que não me ama.

 

Nossos olhos se sustentaram numa olhada com raiva misturada com amor, mas eu não podia ser infantil a ponto de não dizer que meu coração ainda suspirava por ele, mas infelizmente isso não era o suficiente pra me fazer errar mais uma vez.

 

– Eu te amo. – falei fraco e ele acalmou a respiração. – Mas as vezes o amor não é o suficiente pra uma relação.

– O amor é tudo que precisamos pra uma relação, Lorena. Se você me ama, então pronto, temos tudo que precisamos. – falou como se fosse óbvio.

– Não. Pode não ter acabado o amor, mas se acabou o respeito, acabou tudo. – falei mantendo o tom da voz firme e ele cada hora ficava mais nervoso ao notar que eu não me renderia tão fácil. Não dessa vez.

– Eu preciso de você, por favor... – falou fraco com a voz um pouco falha e seus braços foram me soltando devagar.

– Você sempre precisou, Justin. Mesmo idiota, mal educado, ignorante e tudo mais que você é, eu sempre fui a única que aturou suas loucuras. E você não deu valor, você simplesmente sempre me magoou contando que eu te perdoasse mais uma vez e mais uma vez e mais uma vez. Mas Justin, uma hora as pessoas cansam. Se eu não desistisse de você, eu estaria desistindo de mim. Eu cheguei a um ponto que eu não sabia mais se sobreviveria a mais um ataque de fúria seu. Isso não é amor, é loucura.

 

 

– Eu sei que eu errei, eu sei tudo que eu fiz e eu estou pagando por isso. – falou num desesperado.

– Não! Você não sabe. Se você soubesse a gravidade do que fez não estaria aqui simplesmente me obrigando a voltar pra sua casa. – falei tentando manter um tom firme, mas estava difícil olhar Justin tão destruído na minha frente.

– Eu preciso de você perto de mim. A minha vida... – falou e no final soltou o ar de forma pesada e riu sem humor como se estivesse carregando o mundo nas costas.

– O que tem sua vida? Tudo que eu vi foi uma casa cheia de pessoas mortas e eu estava preocupada com você, mas adivinha? A Kimberly já estava te confortando nos braços dela. Você não precisa de mim, você já tem tudo o que você precisa.

– Você não sabe o que está acontecendo. Sei que tudo parece confuso, mas Lorena... eu preciso de você pra me ajudar a suportar. – falou confuso como se alguma coisa a mais estivesse por debaixo de todo aquele desespero.

– Você tem a Kimberly. – falei cruzando os braços tentando não me importar com toda aquela cena, mas meu coração apertava em meu peito mais e mais. Estava difícil conter a emoção e não pular em seus braços e dizer que tudo ficaria bem. Mas ele precisava provar o gosto amargo que eu também provei ao ver minha vida tão destruída.

 

Ele me olhou com os olhos marejados e mordeu o lábio inferior querendo dizer algo. Por um segundo senti culpa, mas durante todos esses meses eu estive aqui com o coração na mão também e eu sobrevivi. Ele estava apenas sentindo tudo que eu senti. Nos encaramos e manter a pose de durona já estava doendo na minha consciência, mas eu não podia me enganar de que ficaria bem de novo, que seríamos perfeitos. Isso nunca aconteceria.

 

– Me responde com sinceridade. – disse com a voz engasgada e eu balancei a cabeça para que ele prosseguisse. – Você... você esta feliz com o Chaz? – perguntou forçou a testa engolindo a saliva.

 

Eu poderia dizer que nunca estive com o Chaz em todo esse tempo. Poderia explicar que o corpo dele nunca mais esteve junto ao meu desde quando terminamos tudo. Poderia dizer que não conseguia me relacionar com ninguém por causa dele, mas eu precisava impulsioná-lo a me esquecer.

 

– Sim. – menti sentindo a garganta apertar e o ar faltar. Isso foi tudo que consegui responder sem que a voz saísse trêmula, mas manti meus olhos fixos aos dele. Tentava passar o máximo de confiança possível, mas Justin me conhecia tão bem que talvez nem acreditasse naquelas palavras que pareciam que me feriam mais do que a ele.

 

Ele ficou alguns segundos me olhando enquanto mordia seu lábio reprimindo o choro. Algumas lágrimas brotaram escorrendo, mas ele as limpou antes que elas tocassem suas bochechas.

 

– O que ele te deu que eu não dei? – perguntou alterado.

– Respeito. – falei firme e as lágrimas queimavam em meus olhos.

– Lorena, - falou começando a passar a mão no cabelo de forma desesperada. – Eu apenas fiquei esse tempo com a Kimberly porque estava foda aguentar a vida sem você. Ninguém supria a falta que você fazia. Ninguém. – insistiu. – Você me conhece melhor do que eu. Você sabe que tudo que eu sou foi por causa das consequências.

– Justin, não estou aqui te julgando por quem você é. Eu te amei, te apoiei e decidi ficar do seu lado mesmo sabendo todo o risco que eu corria porque eu te amava, Justin. Mas você teve uma escolha, mais de uma vez. Mas você sempre escolheu me ferir.

– Não faz isso comigo, por favor. – pediu se aproximando e o choro tomou conta de sua voz a deixando mais rouca e falha. – Olha pra mim, olha o que eu sou sem você. Eu não sou nada. Volta pra mim. Me faz voltar a ser forte como eu era. Eu não consigo sem você. Por favor, me perdoa. Eu sei como é ficar sem você, eu sei como é te perder pra outra pessoa. Eu não vou errar de novo, eu prometo isso a você como se fosse a minha última promessa da minha vida. Eu não quero mais sentir essa dor. Tira ela de mim, por favor. – disse mirando meus olhos se perto e suas lágrimas caíam sem ao menos ele piscar.

 

Meu coração palpitava e minha respiração não passava pela minha garganta. Seu toque queimava sobre minha pele. O meu coração já estava entregue. Meu coração o perdoou antes que ele pudesse me pedir desculpas. Meu coração pertenceria pra sempre a ele, mas minha razão gritava. Minha razão era cruel. Me xingava de burra, ingênua, tola aos berros em meus pensamentos. Era uma luta travada dentro de mim. Coração versus razão. E aqueles olhos marejados a me fitar estavam me machucando mais do que eu podia imaginar em toda a minha vida. Tentava me concentrar, mas aqueles olhos sempre me tirariam o senso. Pigarreei tentando limpar a garganta. O choro estava parado ali e meu peito parecia que ia explodir cada segundo que eu impedia o choro de sair.

 

– Dessa vez eu não posso te perdoar, Justin. – falei fraco e seus braços tombaram sem força.

 

Ele foi se afastando com seus olhos ainda me fitando. Cada passo que ele dava pra trás, mesmo que lentamente, eu sentia meu corpo querendo ir para frente. Sentia como se existisse uma linha invisível que nos unia. Mas manti meus pés firmes enquanto ele se distanciava. Enquanto assista suas lágrimas desenhando linhas curvadas em sua bochecha. Enquanto fitava aqueles olhos vermelhos e marejados. Justin colocou a mão na maçaneta ainda me fitando como se quisesse fazer a última súplica, mas a porta foi aberta e ele saiu. Assim que vi a porta sendo fechada, me livrei de toda a máscara, todo o fingimento, todo o orgulho e curvei meu corpo sentindo uma dor aguda. Tombei no sofá deixando o choro vir. As lágrimas desciam como uma represa que jorrava sua água, num desespero que em segundos meu rosto estava encharcado. Minha vida se foi por aquela porta, e eu sentia que tinha sido o fim.

Tópico: Razão e Coração

Destino Oculto

Hellen | 14/01/2015

Pelo Amor Lorena perdoa ele poha ele ta sofrendo e vc tbm ,

porra

Marii | 19/09/2013

OQ VC QUER QUE EU VIRE? TO CHORANDO ENCHENTES AQUI, TO MUITO MAL, TIVE QUE PARAR DE LER SUA FIC POR ALGUMAS HORAS PRA PODER ME RECUPERAR E NEM ASSIM TO RECUPERADA! A LORENA DEVIA TER PERDOADO ELE, NEM SEI O QUE VAI SER QUANDO ELA DESCOBRIR A CINDY

Destino oculto

Aff | 31/05/2013

Porra vc quer me matar ?? Deu vontade de entrar nessa história e matar a Lorena

Destino Oculto

karina Araujo | 21/05/2013

Caramba isso me deixou muito emocionada!!!

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