Stratford - Canadá

 

POV Justin


– Não. – falei dando de ombros, aquela questão era simples pra mim: não iria acontecer.

– Não estou pedindo sua opinião, estou apenas informando algo que já está feito. – disse Kimberly petulante enquanto cruzava os braços.


Relaxei na minha cadeira mirando sua fisionomia rebelde. Kimberly, Kimberly...


– Isso não é pra você. – sibilei provocando e ela soltou uma gargalhada.

– Por favor, né? Isso não é pra você. Eu posso me virar surpreendentemente bem. – disse por entre um sorriso vantajoso.


A encarei por alguns segundos enquanto processava a ideia, apenas não queria dar razão aquela loucura, mas a única coisa que preenchia meu cérebro e toda minha reflexão naquele momento era Lorena e meus filhos sumidos pelo mundo sem eu ter a mínima ideia de onde eles estariam. Nada que eu tentasse argumentar soaria como algo convicto. Levei uma mão a boca e comecei a mirar o nada. Meus pensamentos iam neles quando me pegava distraído e apenas ouvia Kimberly reclamar alguma coisa no fundo da minha cabeça. Me sentia melhor, depois de uma semana de repouso (muito bem supervisionada pela dona Pattie que não me deixava sair do quarto até se certificar de que eu estava bem outra vez.) com o corpo implorando para que eu levantasse e fosse atrás de Lorena, cá estava de volta. Tentava colocar as informações em ordem, tentava arquitetar algumas táticas, pois desistir das buscas ainda não estava nos meus planos.


– Não vai falar nada? – perguntou num tom alto me tirando dos devaneios e eu voltei a encarar seu rosto.

– Nada que eu vá falar você vai levar em consideração, então... – dei de ombros.

– Mas eu gosto de discutir com você. – sorriu sapeca e eu mostrei o dedo o meio pra ela fazendo-a rir. – Ai, Justin. – começou a dizer espevitada como uma adolescente apaixonada. – Minha vida está perfeita, você tem que ver como aqueles manés me respeitam, dá vontade de rir da cara deles.

– Nem quero ver. – falei fingindo estar tedioso.

– Ah para, fique feliz por mim uma vez na vida. Aquilo tudo agora é meu. – disse se jogando com os braços abertos no sofá de couro do escritório.

– E Cindy? – falei relaxando na cadeira. Já tinha muito com o que me preocupar, não queria que a segurança da Cindy fosse mais uma preocupação na minha cabeça.

– O que tem ela? – perguntou confusa se ajeitando no sofá.

– Não quero ela vendo essas merdas. – esbravejei.

– Que merdas? – se irritou. – Não vou continuar com as coisas sujas do Lúcio, apenas com os roubos de cargas, os desvios de cargas e a lavagem do dinheiro dos casinos. – deu de ombros.

– Não sei não. – falei franzindo a testa.

– Relaxa. – se levantou e caminhou calmamente até a mim sentando na minha mesa. – Eu vou te ajudar a procurar a pirralha, não está feliz? – disse balançando as pernas soltas.


Por alguns segundos eu tinha conseguido tirar Lorena do foco, mas nunca era por muito tempo. Toda vez tinha alguém para lembrar que ela existia. Meu corpo sempre se aquietava quando ouvia algo ao seu respeito. Pegar minha mãe chorando pela casa já era algo normal, a verdade é que eu não sabia mais o que fazer. Suspirei alto tentando mostrar que aquilo não tinha me incomodado. Não queria que ninguém soubesse o quanto doía, mas estava fora do meu controle poder disfarçar. Fiquei uma semana parado sem poder procura-la e mesmo assim não tinha notícias. Ela não ligava, ela não dava uma maneira de me certificar que ela e as crianças estavam bem. Cada dia que passava eu sentia mais ódio dessa atitude tão infantil e inconsequente dela.


– Hey. – disse baixinho passando a mão em frente aos meus olhos ao notar que eu fitava o nada com os pensamentos completamente foras naquela conversa. – Não fica assim. Nós vamos achar ela e eu juro pra você que eu vou dar na cara dessa pirralha inconsequente. – disse fazendo graça conseguindo arrancar de mim uma risada fraca pelo nariz.

– Não sei mais o que fazer. – falei me levantando e meu corpo respondeu aquilo de forma preguiçosa. Não estava acostumado a ficar tanto tempo parado, precisava de agitação.

– Sabe, isso é tão estranho, ainda não consigo me acostumar. – disse me analisando enquanto cruzada as pernas e eu parei para olhá-la.

– O que? – perguntei confuso.

– Você assim por causa de uma mulher. Ela fugiu com outro cara e mesmo assim isso não dói no seu orgulho. Você já foi melhor que isso, Justin Bieber. – disse ironizando o meu nome.

– Estou fazendo isso pelos meus filhos. – disse desviando o olhar já me irritando um pouco.

– Uhum e já já a coelhinho da páscoa vai bater na porta, vai lá atender. – sorriu debochada e eu revirei fazendo-a rir.

– Ah, finalmente achei vocês. – gritou Ryan entrando no escritório. Mais um pra estragar minha noite.


Bufei alto sem paciência e Kimberly saltou da mesa de forma relaxada.


– E aí. – Kimberly o cumprimentou com seu bom humor que já estava me irritando.

– Estão prontos? – perguntou com um sorriso idiota.

– Pra? – Kimberly franziu o cenho em confusão e eu analisava tudo tedioso pronto pra sair do escritório.

– É véspera do meu aniversário e vocês estão pensando que vão ficar em casa? – reclamou sacana.

– Ótimo, estou precisando sair pra comemorar meus ganhos mesmo. – disse Kimberly espevitada e eu olhava tudo aquilo sem o menor ânimo.

– E aí, Drew? – Ryan se virou pra mim esperando uma resposta.

– Por que vocês estão agindo como se tudo estivesse certo? – gritei sentindo a garganta queimar em ódio. – Lorena está sumida com meus filhos e vocês querem ir pra uma porra de uma balada comemorar o que?

– Não quero saber dessa garota. – deu de ombros tentando ficar não irritado. – Fernanda só chora o dia todo e eu estou aguentando isso. Sorte que consegui fazê-la sair de casa hoje. Por que vou me importar com alguém que não se importa com ninguém? – concluiu com o cenho franzido e eu o encarei com fúria.

– Você é um filho da puta de um traidor. – cuspi as palavras entre os dentes.

– Justin, ele está certo. Você está que nem um idiota preocupado com ela, mas se ela estivesse mal certamente já tinha voltado que nem uma cachorrinha arrependida. – disse Kimberly debochada forçando um biquinho.

– Quer saber? Eu não preciso de vocês. – dei de ombros completamente cego de raiva.

– Aí que você se engana. – Kimberly cruzou os braços dando um passo pra frente. – Você precisa da gente, sozinho você já viu que não vai achar ela.

– E vocês estão muito preocupados com isso né? – ironizei aos berros.

– Você está muito enganado se acha que eu não estou preocupado com ela. – gritou Ryan me olhando sério. – Mas ela não pensou em ninguém quando saiu e eu quero que ela se foda. – disse completamente alterado. Dava pra ver que ele estava triste, mas ao mesmo tempo queria ignorar aquilo tudo.


Fechei o punho em ódio e minha respiração já ofegava por causa de todo o ódio que rondava em minhas veias. Eles estavam certos, eu não tinha mais onde procurar, eu não tinha mais o que fazer, mas o sentimento dentro de mim me avisando que eu tinha que ir atrás dela e dos meus filhos era impertinente e insistente. Como um alarme tocando alto em minha cabeça.


– Justin. – Kimberly se aproximou chamando meu nome de forma mansa e eu a olhei tentando não explodir de ódio. – de cabeça quente você não vai conseguir nada. Vamos sair, esfria a cabeça, aí você bebe todas que você quiser, pega todas as putinhas que aparecerem na sua frente e aí sim você vai estar revitalizado e poderá pensar melhor. – disse com um sorriso idiota nos lábios.

– Não me sinto bem saindo pra me divertir sabendo que tenho uma dívida aqui fora pra resolver. – falei sério e Kimberly revirou os olhos em reprovação.

– É meu aniversário e se você ficar em casa, eu vou trazer a festa até você. Você que sabe. – Ryan deu de ombros falando por entre um sorriso.


Bufei alto me vendo sem saída. Tudo bem, não tinha jeito, eu estava encurralado e deveria considerar a ameaça do Ryan. Kimberly me olhava rindo sabendo que eu não tinha mais para onde correr e eu fitava os dois querendo meter bala no meio da testa deles.


– Vamos, Justin! – Kimberly pediu manso e Ryan já havia se jogado no sofá esperando uma resposta.



– Vou me arrumar. – murmurei saindo do escritório e apenas ouvi a risada dos dois enquanto eu subia as escadas pra ir em direção ao quarto.


Sorri pra mesmo percebendo o quanto os dois eram idiotas, mas pelo menos conseguiam me animar um pouco. Andei fitando os próprios pés até chegar no corredor dos quartos.


– Papai? – a voz da Cindy me fez levantar a cabeça e avistei-a no meio do corredor com sua boneca na mão enquanto coçava os olhos preguiçosamente com a outra mão desocupada.

– O que está fazendo acordada, minha princesa? – perguntei pegando-a no colo.

– Nu consigo turmi. – falou manhosa colocando a cabeça no meu ombro e abraçando a boneca.

– Ah, não? Então eu vou contar uma história pra você. – falei levando-a pro meu quarto.

– Não quero história, quero tumer sorvete. – disse enquanto eu colocava-a em minha cama e fechava a porta.

– Sorvete? Agora? – perguntei confuso e ela assentiu com um sorriso sapeca. – Isso não é hora de comer sorvete, Cindy.

– A mamãe sempre diz que não tem hola pra tumer sorvete. – disse fazendo manha.

– A sua mãe é uma maluca. – falei dando língua.

– Minha mamãe não é baluca. – disse cruzando os braços de forma irritada. Era notório que ela havia puxado o gênio da Kimberly.

– Vem cá. – peguei-a outra vez no colo e ela ainda tinha a testa franzida em irritação e um bicão forçado. – Vou fazer você dormir.

– Não quero turmir, quero sorvete. – disse insistente começando um choro manhoso.

– Cindy Bieber, não está na hora de comer sorvete! – falei sério tentando manter o tom firme e ela bufou irritada.

– Você é um chatu. – reclamou.

– Do que você me chamou? – a olhei fingindo irritação e ela me encarou.

– Eu disse que você é um chatu porque não quer me dar sorvete. – disse pausadamente me encarando. Ah, mas essa filha da puta ia levar uns bons cascudos.

– Repete isso, dona Cindy. – falei fingindo estar falando sério e a deitei na cama fazendo-a rir enquanto levava uma mão na boca.

– Você é um...


Pulei na cama e comecei a fazer cosquinha nas laterais de sua barriga e logo a sua risada perfeita estava ecoando o quarto e dando alegria a cada espaço do meu corpo.


– Para, papai. – disse aos berros enquanto ria e eu não parei.

– Quero ver quem é o chato agora. – falei continuando com as cosquinhas enquanto ela ria alto.

– Tá bom, papai, você não é chato, você é lindo. – gritou rindo e eu parei.

– Agora sim. – a olhei superior e ela estava com os olhos cheios de lágrimas por causa das risadas e respirava ofegante por causa da falta de ar.


Logo um longo bocejo saiu de sua boca e ela se aninhou em meus travesseiros. Deitei junto com ela esperando que ela dormisse e senti o cheiro de morango que vinha dos seus cabelos.


– Papai? – ela falou baixinho.

– Fala. – sussurrei alisando seus cabelos dourado.

– Sua namorada não mola com você, não? – perguntou um pouco sonolenta e aquilo mudou completamente minha expressão.


Demorei um pouco pra responder e meu coração se agitou. Cindy já estava com os olhinhos fechados, talvez nem estivesse mais esperando minha resposta, mas eu tinha a necessidade de responder aquilo como se meu próprio corpo me cobrasse uma resposta sincera, como se eu estivesse pronto pra encarar a verdade. Meus pensamentos rodaram um pouco e Chaz ria em meus pensamentos. Meu peito apertou e eu mordi o lábio inferior tentando comprimir a raiva.


– Não. – respondi baixo e uma lágrima rolou do canto do meu olho molhando a fronha. A respiração dela já estava alta e lenta. Cindy não ouviu minha resposta, mas eu ouvi aquilo e me certifiquei de que já era hora de ir em frente.



Fiquei mais alguns minutos ali de olhos fechados pensando na vida e esperando que Cindy adormecesse profundamente. Me levantei da cama cobrindo-a com o lençol e comecei a me despir indo em direção ao banheiro. Tirei a boxer já no banheiro e entrei no box. Era como chegar um local onde eu podia ser eu mesmo. O barulho da água caindo ao chão escondia meus soluços altos e a água se misturava com minhas lágrimas no rosto e eu implorava que cada lágrima me deixasse mais leve. Soquei de leve o azulejo sufocando todo aqueles sentimentos que eu sentia. Apesar de tudo, eu não merecia estar naquela situação. Não por causa de uma mentira, não por causa de uma coisa mal resolvida. Lorena podia ter tirado tudo de mim, como fez, menos os meus filhos.

Saí do banho ainda com os pensamentos a mil, mas Kimberly tinha razão. Tinha que haver uma maneira que me fizesse esquecer tudo aquilo e certamente minha solução estava na bebida e nas putas fácies. Precisava me divertir e tirar meus problemas no foco. Me arrumei em frente ao espelho e dei um jeito no cabelo. Fui até a Cindy antes de sair do quarto e depositei um beijo em sua testa. Peguei a chave do carro que estava em cima da cômoda e coloquei-a no bolso. Saí do quaro fechando a porta devagar sem fazer muito barulho e caminhei em direção as escadas. Evitava olhar pra porta das crianças, apenas desviava meu rosto para qualquer lugar. Desci as escadas rapidamente e Ryan e Kimberly já me esperavam na sala.


– Finalmente, agora cadê o noivo? – Ryan disse debochado levantando do sofá da sala e eu soquei de leve seu ombro.

– Pra sua informação, eu estava fazendo minha filha dormir.

– O que Cindy estava fazendo acordada? – perguntou Kimberly sem entender.

– Queria sorvete. – falei reclamando e ela riu.

– Essa é minha garota! E você deu? – perguntou sorrindo.

– Óbvio que não. – dei de ombros falando de um jeito óbvio.

– Justin, não acredito que vo...

– Ei, depois vocês resolvem essas coisas lá na vara de família. Eu quero mesmo é curtir minha noite. Vamos logo que ainda tenho que passar pra pegar a Fernanda. – Ryan nos interrompeu e eu sorri vitorioso.

– Nunca negue sorvete a uma Ambrossa, com certeza ela vai te dar o troco. – Kimberly falou rude dando leves tapinhas eu meu rosto e eu ri saindo de casa junto com os dois.


Kimberly foi no meu carro e eu segui Ryan que dirigia outro carro indo até a casa da Fernanda. Quando estacionamos em frente ao prédio de Fernanda esperando ela descer, fitei aquela construção e os pensamentos me invadiram. Ali onde tudo havia começado, onde Lorena entrava na minha vida outra vez, quando comecei a olhá-la de uma forma diferente.


– Justin? – Kimberly me chamou irritada. – Está surdo? – a fitei sem entender e ela me olhou me analisando. – Já te chamei três vezes e você ta com essa cara de idiota. Vamos logo, Fernanda já entrou no carro. – disse me dando bronca e eu comecei a seguir o Ryan que já estava um pouco à frente.


Colocar Your Body – Christina Aguilera.


Estacionei o carro ao lado de onde Ryan havia estacionado e a música da boate já conseguia nos alcançar. Ryan já ensaiava uns passinhos escrotos enquanto agarrava a Fernanda por trás que batia de leve em seu braço tentando não rir. Kimberly me encarou com um sorriso sem mostrar os dentes e eu retribui. Estávamos com um casal e é óbvio que estávamos sem graças por causa disso, aliás nosso combinado foi que seriamos apenas bons amigos agora. Bons seria esforço demais, talvez só amigos. Mas boate, bebida e música nunca terminavam bem quando o assunto era Kimberly e eu, mas tudo bem. Estava disposto a fazer coisas que não me lembravam de Lorena e Kimberly sempre era minha única saída, pois era a única incomparável. Passamos pelos seguranças do local e sem demoras eu já estava sendo entorpecido pela música do ambiente que tocava alto. Ryan e Fernanda se perderam no meio da pista e Kimberly se afastou indo até o balcão de bebidas. Continuei pesquisando o ambiente e retribuindo aqueles olhares provocantes que aquelas minas davam pra mim. Sorri de canto quando uma piscou e continuei andando. Mal havia entrado e sabia que não ia aguentar aquilo tudo sem pensar na Lorena. Encher a cara seria uma solução. Me desviei das pessoas fitando a Kimberly debruçada no balcão com sua bunda redondinha piscando pra mim. Bom, muito bom. Me aproximei dela sentando ao seu lado. Fim do acordo, nunca fui de seguir regras, nunca fui bom nisso.


– Tá bebendo o que? – perguntei enquanto ela dava um gole.

– Vodka. – deu de ombros encarando o próprio copo.

– Pura? – perguntei rindo.

– Só assim pra aguentar sua cara de idiota a noite toda. – retribui tentando ficar séria.

– Como se você não gostasse. – falei em seu ouvido segurando sua cintura e ela rapidamente tirou minha mão que tocava sua pele exposta pela blusa de couro curta.

– Sem gracinhas, Bieber. Olha quantas piranhas tem hoje aí pra você pescar. Me esquece. – falou me ignorando enquanto dava outro gole em sua bebida que aparentemente descia quente em sua garganta.

– Gosto dos peixes mais difíceis. – falei em seu ouvido a fazendo rir.

– Idiota. – falou negando com a cabeça com um sorriso nos lábios e eu chamei o garçom pedindo uma Marguerita. – Hoje estou mais que difícil, estou impossível. – disse colocando o copo vazio o balcão e indicando pro garçom que queria mais

– Nada é impossível. – tentei e ela me fitou sorrindo.

– Então me chame de “Nada” hoje. – piscou e gargalhou da minha cara.


Ri fraco me divertindo com sua piadinha tosca e o garçom nos serviu a bebida e eu tomei virando de uma voz só. Aquilo ardeu um pouco, mas faria efeito rápido e era disso que eu precisava. Fechei os olhos com força e minha garganta queimou. Kimberly ria da minha cara tomando sua bebida aos poucos. Pedi outra e o garçom assentiu e logo trouxe.


– Justin? – uma voz feminina bem fina cantou em meu ouvido e eu me virei vendo uma loira peituda com uma minissaia dourada e um tomara-que-caia preto. Podia jurar que já tinha visto ela em algum lugar, mas aquilo era um mero detalhe. Quantas ali eu já não tinha visto em algum lugar? – Está sozinho? – perguntou um pouco tímida e em seguida mordeu o lábio inferior.

– Não sei. – respondi me virando pra Kimberly que analisava tudo achando graça. – Estou? – perguntei olhando pra Kimberly forçando uma cara de carente.

– Completamente. – ela assentiu caindo na gargalhada e tomou sua bebida. Bom, hoje eu não ia ganhar nada com ela pelo visto.


Dei de ombros e me virei pra loira que esperava minha resposta. Tomei o resto da minha bebida e me levantei do banco pegando sua mão e ela sorriu sacana. Fomos pro meio da pista perto de onde Ryan e Fernanda estavam e começamos a dançar. Meus olhos estavam em Kimberly que apenas curtia a música sentada olhando pra minha cara e rindo das palhaçadas que eu fazia pra chamar sua atenção. A bebida forte já estava fazendo efeito e deixando meu corpo quente. A loira que eu não fiz questão de perguntar o nome esfregava seu corpo no meu e eu mal dava atenção naquilo.


POV Kimberly

 

Bebia minha bebida tranquilamente, não ia deixar aquilo me envolver. Justin dançava mantendo seus olhos nos meus e tudo que eu fazia sorrir tentando me conter. Meu corpo implorava que eu fosse até a ele e cedesse, mas estava me sentindo tão bem que minha razão me cobrava que eu procurasse algo melhor, procurasse alguém que não iria me deixar assim que sua amada chegasse. Eu merecia ser feliz e ele também e isso não aconteceria enquanto estivermos fazendo isso da forma errada. Justin não nasceu pra ser meu e eu não saí pra ser dele. Era apenas um jogo, uma guerra de excitação que no final deixava os dois bombardeados. A garota dançava tentando manter a atenção do Justin, mas estava impossível, até que ela desistiu e deixou Justin dançando sozinho que nem notou que a garota tinha ido embora. Estava me divertindo com aquela cena toda. Justin era tão previsível. Estava ali bêbado, com seu sorriso safado mexendo seu corpo de forma atraente, mas eu enxergava em seus olhos o quanto ainda doía tudo aquilo. Ryan e Fernanda pareciam felizes dançando e rindo. Gostava de ver casais vendo felicidades, não que eu desejasse aquilo, não era muito meu tipo ficar de amorzinho, mas era bom ter pra quem voltar no final da noite. Justin começou a caminhar vindo à minha direção. Trocava os passos e cambaleava se encostando às pessoas. As mulheres pareciam que iriam agarrar ele na primeira oportunidade que elas tivessem, mas se mantinham na linha, pelo menos por enquanto. Justin se debruçou no balcão completamente bêbado pedindo mais uma bebida e eu fingi que estava prestando atenção no movimento.


– Dança comigo? – ele perguntou sussurrando ao meu ouvido um pouco atordoado e já segurando sua bebida e eu mordi o lábio por ter me arrepiado. Ele estava me tentando.

– Me dê um motivo pra dançar com você. – cruzei os braços levantando a sobrancelha e ele sorriu de canto.

– Vai ficar sentada aí a noite toda? Eu estou dançando sozinho, isso não é justo.

– Olha quantas garotas querem dançar com você, é só dá uma chance. – dei de ombros.


Sua mão desocupada tocou minha cintura segurando-a com força e Justin juntou nossas testas com um sorriso idiota nos lábios e seus olhos presos aos meus. Ele sabia exatamente como me convencer e isso era jogar sujo. Ele umedeceu os lábios passando a língua entre ele e eu soltei uma respiração pesada. Aquilo era muito pra mim, não conseguia negar o homem mais perfeito que já consegui. Minhas mãos foram até sua nuca e entrelacei meus dedos e seu cabelo fazendo ele sorrir fraco e juntar nossos lábios. Nossas línguas logo se encontraram. Seu gosto amargo causado pela bebida se misturou ao meu e eu me levantei do banco sem separar nossos lábios. Justin me conduziu até o meio da pista e agarrou mais meu corpo. Separei nossos lábios indo até sua orelha.


– Você sugeriu que não fizéssemos mais isso. – falei provocando-o e ele se afastou pra me olhar tomando um gole de sua bebida e depois voltou ao meu ouvido.

– Esquece o que eu falei. – deu de ombros colando nossos corpos outra vez.

– Não vou esquecer, porque amanha de manha você nem vai se lembrar disso. – o olhei erguendo uma sobrancelha e colocando minhas mãos em seu ombro. Ele sorriu sacana e voltou a minha orelha.

– Então vamos aproveitar o agora. – sussurrou sacana e eu retribuí aquilo com um sorriso sozinho fazendo-o juntar nossos lábios outra vez.


Ficamos ali curtindo a música enquanto nossas línguas sentiam uma o gosto da outra. Ryan se aproximou tomando o copo da mão do Justin e tomando o resto e Justin aproveitou as duas mãos livres para apertar mais minha cintura. Rodeei sua nuca com meus braços e continuamos dançando. Aquilo era errado até certo ponto, mas eu estava apenas me divertindo. Não tinha mais pretensão alguma de ter o coração do Justin, mas pelo menos seu corpo estava ali junto ao meu. Depois de certo tempo me divertindo ali, meus pés doíam e eu estava cansada. Me afastei de Justin que conversava alguma coisa idiota com Ryan e me dirigi até o banheiro verificar como estava meu estado. Já havia perdido noção da hora. Assim que entrei no banheiro, percebi que Fernanda estava ali retocando a maquiagem. Sabia que ela não gostava muito de mim e mal tínhamos nos falado aquela noite. Ela não parecia cem por cento feliz, aliás ninguém parecia cem por cento feliz. Bastava algum deles estarem sozinhos que era notório que eles começavam a se preocupar com Lorena. Me aproximei do lavatório lavando minhas mãos e ela não esboçou nenhuma reação, era como eu não estivesse ali.


– Conseguiu o que queria, não é mesmo? – disse guardando o rímel no estojo de maquiagem e eu encarei-a pelo espelho fechando o registro.

– Desculpa? – me fiz de confusa. Eu sabia muito bem onde ela queria chegar.

– O Justin. – falou agora se virando para me olhando e colocando sua pequena bolsa embaixo do braço. – Agora ele pode ser seu de vez, não é mesmo? – disse erguendo uma sobrancelha, mas sua fisionomia estava triste.

– Eu não sei se você notou, mas ele veio até a mim. – cruzei os braços. – Eu não tenho culpa se sua amiguinha é uma louca inconsequente. – ironizei.

– Tudo bem. – deu de ombros revirando olhos. – Estou cansada disso tudo, quero fingir que nada existiu. – concluiu soltando uma respiração pesada de forma preocupada.

– Não me culpe. – ergui as mãos dando a braço a torcer. Não valia a pena brigar.

– Não te culpo. Já me perdi nessa história deles dois. Nem sei mais quem tem culpa. – sorriu fraco e eu retribuí.


Saímos do banheiro e Justin estava se agarrando com uma morena de cabelão e um pouco menor que eu. Normal, ele sempre caçava alguém parecido com a Lorena, já era de se esperar. Fernanda caminhou até Ryan no meio da pista falando algo em seu ouvido e eu sentei em um dos bancos perto do balcão de bebidas. Não queria mais beber, estava no meu limite e pelo visto alguém teria que dirigir o carro do Justin. Ryan se aproximou de mãos dadas com a Fernanda um pouco alto e parou perto de mim.


– Vou pra casa, Fernanda está cansada e eu também estou morto.

– Tudo bem e feliz aniversário. – falei dando-lhe um abraço e Fernanda estava com um olhar perdido em algum lugar como se pensasse em algo triste.

– Valeu, chata. – disse Ryan bagunçando o meu cabelo e Fernanda nos olhos dando um sorriso sem graça. – Leva o Justin embora antes que ele faça uma besteira. Ele já mexeu com a mina dos outros e daqui a pouco tá apanhando aí e do jeito que ele tá é capaz de tirar a arma da cintura e foder com tudo. – reclamou e eu sorri achando graça dando uma piscada.


Esperei a música acabar e Justin terminar de beijar a tal da garota parecida com a Lorena e me aproximei dos dois fazendo a garota me olhar de cima a baixo.


– Vamos embora, garanhão. – brinquei cruzando os braços e ele sorriu de canto.

– Da licença, caso não tenha percebido ele está comigo. – disse a baixinha me enfrentando e eu levantei uma sobrancelha.

– Sinto lhe informar, mas hoje ele não está com ninguém. – debochei pegando as mãos do Justin e o tirando dali de dentro. Ele andava todo torto e tropeçando e foi um custo tirar ele dali.


Já estávamos fora da boate e música ainda nos alcançava. Meti a mão no seu bolso pegando as chaves e caminhei até o carro dele desativando o alarme.


– Ei, eu vou dirigir. – gritou irritado.

– Não quero morrer. – falei continuando a andar e ele esbravejou alguma coisa que não ouvi.


Abri o carro ocupando o banco do volante e ele parou em frente ao carro com os braços cruzados e me olhou sério. Fechei as portas rodando a chave ameaçando andar com o carro, mas ele não se moveu. Abri a janela e coloquei a cabeça pra fora.


– Entra logo nessa merda. – gritei.

– Eu quero dirigir o meu carro. – deu de ombros completamente bêbado.

– Então não bebesse tanto. Anda, entra logo. – falei já sem paciência pela sua cena ridícula.


Justin continuou intacto e eu acelerei quase acertando suas pernas e ele depositou um tapa alto na lataria frontal do carro me fazendo rir.


– Sua louca, quer me matar? – gritou contornando o carro e entrando pra sentar no banco do carona.

– Não seria uma má ideia. – dei de ombros começando a acelerar mais enquanto ele fechava a porta do carro e relaxava no banco do carona.

– Perdi a moral mesmo, né? Posso nem dirigir meu bebezinho. Se você bater essa porra você vai me dar outro igual. – disse irritado tentando manter as pálpebras abertas já que elas pesavam e eu ria seguindo a estrada.


Chegamos em casa e Justin cambaleava subindo as escadas. Tirei meu casaco deixando-o encima do sofá e fui atrás dele assim que percebi que ele havia caído da escada fazendo um barulho alto.


– Au. – ele reclamou com uma mão na cabeça sentando-se em um degrau e eu gargalhei contendo o som.


Me aproximei erguendo-o e ajudando ele chegar até o quarto. Cindy dormia em sua cama e eu peguei-a no colo levando ela até o quarto que Pattie tinha feito pra ela enquanto Justin ia direto pra banheiro. Deixei Cindy em sua cama e voltei pro quarto do Justin escutando o barulho do chuveiro.


POV Justin

 

Tomei um banho rápido, precisava dormir. Meus pensamentos voavam soltos em minha mente e me sentia alegre por causa de toda a bebida ingerida. Kimberly, não era certo fazer isso com ela, mas também foda-se o que era certo. Enrolei a toalha na cintura e voltei pro quarto vendo Kimberly sentada com as pernas cruzadas na poltrona de couro preto que tinha no meu quarto.


– Bom, está entregue e sem ferimentos, vou pra minha nova casa, tomar um bom banho e dormir. Amanhã eu volto pra buscar a Cindy. – disse se levantando e saindo do quarto, mas segurei seu braço assim que ela passou por mim.

– Tem certeza que vai mesmo embora? – perguntei provocando e ela assentiu.

– Tenho. – deu de ombros.

– Não quer terminar o que começamos na boate? – provoquei.

– O que aconteceu na boate vai ficar na boate. Estava me divertindo, mas agora acabou. Estou cansada e vou pra minha casa, já disse. – sorriu superior.

– Qual é, Kimberly. Você nunca me negou. – falei soltando o seu braço e segurando sua cintura e ela saiu dos contornos das minhas mãos.

– Pra tudo tem sua primeira vez. – sorriu saindo do quarto e fiquei ali sem acreditar naquela cena. Tentei não me importa com aquilo. Soltei a toalha da cintura deixando-a cair no chão e vesti uma boxer azul marinho. Encarei minha cama e era tudo que eu necessitava, mesmo sabendo que amanha de manhã tudo voltaria ao normal, todas as coisas voltariam a me sufocar, mas tudo bem. Eu tinha que enfrentar isso.


3 meses depois.

 

– De novo? – gritou Kimberly entrando no meu escritório sem avisar e me dando um susto.


Estava começando a preparar as carreirinhas. Estava esgotado, estressado e cansado de mais um dia de buscas.


– Quer saber? – disse se aproximando e bagunçando todo o pó que eu arrumava em cima da mesa. – Acabou, chega. Já deu pra mim. – gritou e eu a fuzilei com ódio pela bagunça que ela tinha feito em cima da minha mesa. – Toda vez que saíamos pra dar continuação as buscas, você volta e faz essas merdas. – gritou descontrolada e eu me levantei encarando-a de frente. Nem conseguia processar as palavras certas para olhe dizer, meu corpo implorava aquilo, meu corpo implorava algo que me fizesse bem, que me fizesse esquecer a merda que eu estava vivendo. – Se um dia a Cindy pegar você fazendo isso, Justin, eu juro, eu juro por tudo que é mais sagrado que eu acabo com você, seu fraco! – esbravejou colocando o dedo na minha cara completamente irritada.

– Você não manda na minha vida!

– Pelo visto nem você. – gritou. – Justin, chega. A escolha é sua: ou você continua nessa sua vida de merda e eu nuca mais deixo você tocar na Cindy ou você esquece a Lorena porque ela não vai mais voltar e eu já estou cansada de rodar todo esse país todo atrás dessa louca. Eu me recuso a sair daqui pra procurar por ela porque aí teríamos mil opções e eu não vou rodar cada continente atrás de uma idiota. – gritou.


Me joguei na cadeira sem saber o que fazer. Aquilo já me matava por dentro, eu nem me reconhecia mais. Estava completamente atordoado e fora de mim, estava vivendo uma vida que não era minha, estava sendo uma pessoa que nunca fui.


– Sua mãe está doente, Justin. Pare de pensar só em você. – falou um pouco mais calma e seus olhos marejaram.

– Eu estou fazendo de tudo para mantê-la bem, mas as únicas coisas que vão deixa-la melhor é Chuck e Alice e eu não faço ideia de onde eles estão. – gritei passando a mão no cabelo em nervosismo.

– Olha o que essa garota fez com a vida de vocês. Você não tem mais o que fazer e está se matando cada dia mais pra procura-la. Acabou, Justin. Desiste, chega. – esbravejou se aproximando e Cindy surgiu na porta por entre aberta com a cabeça um pouco baixa.


Seu cabelo estava maior e não havia mais falhas pelo couro cabeludo. Graças a Deus ela estava forte e saudável, apesar de agora nos olhar um pouco receosa.


– Mamãe. – disse chorosa se aproximando da Kimberly que a pegou no colo.

– Não chora, filha. Vamos embora, seu pai pelo visto quer ficar sozinho. – cuspiu as palavras saindo do escritório e fiquei ali sem conseguir mover os músculos. Voltei pra minha mesa completamente perdido.



15 meses depois.

 

 

Pelo tempo sinto que devo me apresentar de novo. Não que eu me sinta diferente, por fora ainda consigo mostrar um sorriso falho e uma postura ereta de quem suporta qualquer cruz que apareça, mas por dentro eu não existia mais. Meu coração batia por costume e tudo que eu sentia era um eterno vazio. 18 meses se passaram desde quando ela foi embora e levou tudo que eu tinha de mais precioso. 18 meses se passaram desde quando eu perdi tudo. Havia me mudado de casa e agora morava sozinho, não conseguia viver onde eu tinha lembranças dela. Não conseguia dormir num quarto onde de frente pro meu todo dia eu tinha que encarar a porta fechada do quarto das crianças que nunca mais foi aberta. Era insuportável quando chegava o dia do aniversário deles. Eles já estavam com dois anos e eu nem ao menos pude vê-los crescer. Tudo que eu sentia por Lorena eu tentei transformar em ódio. Vivia entorpecido, mas não adiantava mais me drogar, aquilo não tinha mais efeito. Os meses foram passando e aquilo foi doendo menos, mas ainda doía. Minha mãe nunca mais foi a mesma, Ryan nunca mais foi o mesmo, Fernanda nunca mais foi a mesma, eu nunca mais fui o mesmo.

Minha nova casa era maior que a outra, tinha sala de jogos, dois andares, seis quartos e apenas um garoto solitário vivendo nela. Pelo menos Cindy me fazia companhia nos dias de semana quando Kimberly estava ocupada cuidando dos seus negócios e eu podia contar pelo menos com a presença do Ryan que não saía da minha casa. Mas hoje era uma tarde vazia de sábado. Ryan devia estar com Fernanda e Kimberly havia acabado de levar Cindy para casa. Coloquei um boné e peguei meus óculos escuros. Eu carregava a mesma expressão cansada e séria a meses. Eu não tinha motivos pra me sentir bem, não tinha motivos pra me sentir vivo. Havia fotos de Alice e Chuck espalhadas pela casa que eu perdia horas segurando todos os porta-retratos e chorando de saudade e receio de que eu nunca mais o visse. Sim, ninguém nunca tiraria aquela esperança de mim. Estava com uma regata preta e calça. Tranquei a casa, que não ficava muito longe da casa da minha mãe, e caminhei até meu carro. Apenas cinquenta homens trabalhavam pra mim agora, não tinha mais o que temer, mas gostava que minha casa fosse vigiada. Entrei no carro e dirigi até a casa da minha mãe.


– Mãe? – a chamei entrando em casa e ela veio até a cozinha com sua mesma expressão de tristeza, mas aquele sorriso forçado não saía de seus lábios. Pelo menos ela me tinha ainda e eu não gostava de deixar ela sozinha por causa das crises que ela sofria.

– Filho, não sabia que você vinha. – disse me abraçando e eu retribuí. – Vem, eu fiz um bolo de chocolate. - falou me puxando pelas mãos até a cozinha e eu sentei no banco apoiando meus braços no balcão.

– Voltou a ser cozinheira agora? – brinquei.

– Tenho que me ocupar de alguma maneira, né? – disse um pouco triste e eu cortei o assunto não querendo que ela começasse a chorar e a falar de Alice e Chuck, afinal eu estava ali pra deixar meu sábado um pouco melhor.

– Meu pai tem ligado? – perguntei enquanto ela me servia com um pedaço de bolo.

– Todo dia e sempre pergunta por você. Acho que sua irmã quer vir pra passar um dia na sua casa nova. – falou e eu comecei a experimentar o bolo.

– Justin! – Mere chegou na cozinha fazendo festa por me ver ali. – Que surpresa boa! – disse e eu me levantei para abraçá-la. – Como está a menina Cindy?

– Mais esperta e travessa do que nunca. – fali rolando os olhos e as duas riram.

– Ai que bom, isso mostra que ela está esbanjando saúde. – falou contente e eu assenti voltando a comer o bolo. – Dona Pattie, essas cartas chegaram lá na portaria agora. – disse deixando as cartas em cima do balcão.

– Obrigada, Mere. – sorriu colocando um copo de suco pra mim e Mere pediu licença para se retirar.


Terminei de comer o bolo e minha mãe colocou o suco de laranja perto de mim e foi verificar as cartas. Peguei o copo e tomei limpando a garganta e em seguida me levantei indo até a sala enquanto minha mãe abria as cartas uma de cada vez, mas antes que eu pudesse chegar a carta, ouvi minha mãe esboçar um espanto com um suspiro alto. Me virei assustado sem entender vendo que ela lia uma pequena carta atentamente com a mão na boca enquanto seus olhos pareciam que iam cair de seu rosto.


– O que foi? – perguntei franzindo o cenho em confusão e me aproximei dela.

– Nada. – ela sorriu nervosa colocando a carta dentro do envelope, mas não acreditei naquilo e tomei a carta de suas mãos um pouco irritado e no mesmo instante ela voltou a ficar preocupada.


Encarei aquilo sem entender e abri o envelope pegando o cartão em minhas mãos. Enquanto minha mãe parecia completamente atordoada e nervosa.



Minhas mãos tremeram e eu tomei um soco na boca no estômago. Me senti atordoado e o chão havia sumido dos meus pés. Amassei aquela carta em minhas mãos com ódio ate que ela estivesse completamente destruída e saí pisando forte em direção a porta jogando o pedaço de papel no chão.


– Justin! Aonde você vai? – minha mãe gritou e eu bati a porta da casa.


Meu corpo estava quente, minhas veias ressaltaram e eu entrei no meu carro completamente atordoado. Meus pneus cantaram e contornei o jardim saindo da mansão.

 

Tópico: Stratford - Canadá

curiosa

@shiianna | 07/07/2014

nossa lorena e mt loka caraa casar com esse imbecil idiota aff

aaah omg

marii | 21/09/2013

ALELUIA A LORENA VAI APARECER ELA É LOUCA DE CASAR COM O CHAZ TAVA COM DO JUSTIN AAAAAH TO ANSIOSA! NUNCA NUNCA NUNCA PARE DE ESCREVER ESSA FIC ---
PARTIU 3 TEMPORADA

Lorena

Maay | 01/05/2013

Então é isso ? Aí q horror Lorena, vc é uma...

capítulo

Tatyele | 05/11/2012

não acredito nisso ): lorena é uma vaquinha mesmo

capítulo

InPink | 23/09/2012

Esse capítulo me deixou mt curiosa!
Qual vai ser o plano do Justin???
O que ele vai fazer???
Ai genteeeeeeee!
#SuperCuriosa

capítulo

Flavia | 23/09/2012

Meninaaaaaaaaaaa! Para TUDO!
Convite do casamento da Lorena com outro!
Clarinhaaa posta logo a terceira temporada, estou louca menina!
Quero ver o circo pegar fogo no casamento!
Quero bomba de coração explodindo, casamento arruinado!!!! - By.: Blow me (one last kiss) - P!NK hauhauhau
#adoroooo

destino oculto

gainkidrauhl | 23/09/2012

oi clarisssssss ? hahah eu . aqui . presente NUNCA Q VOU PARAR DE LER TUA FIC u.u odio do nyah u.u bjssssss dia 7 chegue logo

capitulo

Gabriella | 22/09/2012

aaaaaaaaaa fala sério meu, quer me matar né? conseguiu. tô doida pra ler a terceira temporada. ainda bem que você não vai parar de postar! suuuuper ansiosa :3

Teste

Clara | 22/09/2012

Teste teste

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